Este site utiliza cookies para que possamos oferecer a você a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas no seu navegador e desempenham funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Confira as respostas da nossa
rede para os desafios do ODS
Consumo e produção responsáveis
Navegue por informações
qualificadas, boas práticas
e aprendizados sobre o tema.
Para selecionar
outros ODS,
Clique aqui
Sobre o ODS
Consumo e produção responsáveis
Este ODS está relacionado a esforços e iniciativas que visam assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis.
Leia
Nosso blog com artigos, reportagens e conteúdos exclusivos sobre o tema, produzidos por quem entende do assunto.
Projeto Plásticos no Oceano: Desenvolvendo Conscientização e Ação Ambiental
Estruturação da Gestão de Resíduos da Construção Civil (RCC) do Rio de Janeiro (RJ)
Manejo de resíduos sólidos: contexto e boas práticas
Inspirações para a promoção do turismo municipal
Políticas públicas municipais de combate à fome no Brasil
Economia verde nos municípios brasileiros
Planejamento e competitividade dos estados com Washington Bonfim
Explore
Publicações e materiais diversos, disponíveis para download.
Informação qualificada que pode ajudar a encontrar soluções inovadoras para problemas complexos.
ODS 12
Consumo e
produção
responsáveis
Navegue por informações
qualificadas, boas práticas
e aprendizados sobre o tema.
A missão do ODS 12 é assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis, buscando promover mudanças na forma como nos relacionamos com o planeta e o impacto que geramos a partir do uso irresponsável dos recursos naturais.
Antes de mais nada, é importante entender os conceitos de produção e consumo. O primeiro é um processo que consiste na combinação dos fatores de produção com a finalidade de satisfazer necessidades humanas. O que pode englobar na cadeia produtiva de diversas indústrias, por exemplo, energética, alimentar, metalúrgica e têxtil.
Já o consumo, é definido como a satisfação das necessidades básicas, ou seja, comer, vestir, morar, ter acesso à saúde, lazer, educação, etc.
Sim, ambas as atividades são afetadas mutuamente. Quanto mais consumidores buscam adquirir produtos desnecessários para a sobrevivência, mais aumenta a demanda da produção em larga escala.
E vice-versa. Quando as indústrias fabricam produtos com qualidade baixa e com pouco tempo de vida útil, a demanda dos consumidores aumenta, e um número maior de resíduos é gerado. Portanto, a problemática se dá em processos de produção insustentáveis e em um consumo inconsciente, que dependem diretamente da extração contínua de recursos naturais e finitos para existir.
Confira abaixo alguns dados que trouxemos para exemplificar este cenário!
O setor de alimentos é um grande desafio deste ODS. Uma vez que consome cerca de 30% da energia mundial e é responsável por 22% do total das emissões de gases de efeito estufa, sendo que a maior parte ocorre devido à conversão de florestas para terras agrícolas.
Além disso, entre 30% e 50% de todos os alimentos que são produzidos no mundo não chegam à mesa do consumidor. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), um número maior – aproximadamente 1,3 bilhão de toneladas/ano – diz respeito aos alimentos desperdiçados pelos próprios consumidores somado às falhas na logística de transportes e práticas de colheitas ineficientes. Soma-se a sobrecarga dos sistemas de gestão de resíduos e amplia a insegurança alimentar.
O aumento da fome no mundo – 735 milhões de pessoas (9,2% da população) não tiveram o que comer nos últimos três anos – e a alta dos preços nas grandes metrópoles contribuem com a necessidade de sistemas alimentares mais resilientes e sustentáveis, adaptáveis às mudanças climáticas. Além disso, é mais do que necessário estes sistema inteligentes produtivos já que é estipulado que o consumo de alimentos deve aumentar 62% até 2025.
Você sabia que o peso do desperdício global de comida equivale a aproximadamente 23 milhões de caminhões de 40 toneladas totalmente carregados?
Outro consumo que deve ser olhado com atenção, é o consumo elétrico doméstico e comercial, que é a segunda área de uso de energia que mais tem crescido nos últimos anos, sendo superado apenas pelo setor de transporte.
Conforme a base de dados Our World in Data, edifícios residenciais e comerciais são responsáveis por 17,5% das emissões de CO2. Em 2023 no Brasil, o maior consumo de energia se deve, respectivamente, ao setor industrial (35,5%), residencial (30%), comercial (18%) e outros setores no restante (16%). Ao mesmo tempo, é importante levar em consideração que os níveis de consumo são diferentes em cada região do globo.
Segundo o Our World in Data, os maiores consumidores de energia vivem em países de alta renda, como Islândia, Noruega, Canadá, Estados Unidos e nações ricas do Oriente Médio, como Omã, Arábia Saudita e Qatar. Em média, uma pessoa nesses países consome até 100 vezes mais do que uma pessoa em alguns dos países mais pobres. Além disso, de um modo geral sobre o consumo, a população de alta renda é responsável em até 5 vezes mais do que a população mais pobre.
Outro tipo de consumo que também é um grande desafio, é o criado pela indústria do plástico. De acordo com a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, poderá haver mais plástico do que peixes nos oceanos até 2050.
Segundo a diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Audrey Azoulay, aproximadamente um terço das embalagens de plástico que nós usamos escapa dos sistemas de coleta e termina por poluir o nosso meio ambiente, principalmente nos oceanos. Também afirma que ao longo das últimas quatro décadas, a quantidade desse tipo de resíduo aumentou em 100 vezes no Oceano Pacífico, a ponto de formar o que se chama agora de ‘sétimo continente‘ de plástico, uma massa de lixo à deriva no Pacífico Norte, com tamanho de ⅓ dos Estados Unidos.
No Brasil, a Baía de Guanabara, localizada no Rio de Janeiro, são despejadas 98 toneladas de lixo por dia, segundo levantamento da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), divulgado pelo G1.
O que torna esse dado ainda mais crítico é o fato do material ser produzido a partir dos combustíveis fósseis, pois quase 10% do consumo de bens gerados por fontes não renováveis é destinado à fabricação de plástico à nível mundial, e este índice pode chegar a 20% até 2050, segundo a Agência Internacional de Energia.
Você sabia que a cada 100 toneladas de plástico reciclado economiza-se, por exemplo, uma tonelada de petróleo?
Segundo o relatório de progresso do Secretário-Geral da ONU sobre a Estrutura de Programas para Consumo Sustentável, o consumo e produção sustentáveis apoiados por abordagens de economia circular e outros modelos de políticas sustentáveis podem:
- Tornar-se propulsores da redução da pobreza e do desenvolvimento econômico, podendo aumentar a renda em uma média de 8% e 13% em países de baixa e média renda, respectivamente, até 2060, e em 4% em países de alta renda.
- Ajudar a mitigar as mudanças climáticas, reduzindo as emissões de GEE em até 90% até 2060.
- Ter impactos positivos sobre a biodiversidade, a saúde e a poluição, uma vez que, segundo as projeções, resultarão em uma redução de 25% na extração de recursos.
- Fornecer um ponto de entrada para uma transição global rumo a padrões de consumo mais justos padrões de consumo mais justos que beneficiem todos os segmentos da sociedade.
Por tudo apresentado, a ONU definiu o Consumo e Produção Responsáveis, como o item número 12 dos seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Conheça suas metas abaixo!
Metas ODS 12
A primeira meta, é implementar o Plano Decenal de Programas sobre Produção e Consumo Sustentáveis, com todos os países tomando medidas, e os países desenvolvidos assumindo a liderança, tendo em conta o desenvolvimento e as capacidades dos países em desenvolvimento (12.1).
Na segunda meta, busca-se alcançar a gestão sustentável e o uso eficiente dos recursos naturais (12.2). A próxima meta é reduzir pela metade o desperdício de alimentos per capita mundial, nos níveis de varejo e do consumidor, e reduzir as perdas de alimentos ao longo das cadeias de produção e abastecimento, incluindo as perdas pós-colheita (12.3).
Seguindo para a quarta meta, o foco é alcançar o manejo ambientalmente saudável dos produtos químicos e todos os resíduos ao longo de todo o ciclo de vida destes, de acordo com os marcos internacionais acordados. E, reduzir significativamente a liberação destes para o ar, água e solo, para minimizar seus impactos negativos sobre a saúde humana e o meio ambiente (12.4).
Reduzir substancialmente a geração de resíduos por meio da prevenção, redução, reciclagem e reuso compõem a quinta meta (12.5). A sexta é incentivar as empresas, especialmente as grandes e transnacionais, a adotar práticas sustentáveis e a integrar informações de sustentabilidade em seu ciclo de relatórios (12.6).
Promover práticas de compras públicas sustentáveis, de acordo com as políticas e prioridades nacionais é a sétima meta (12.7). E por último, a meta de número oito, visa garantir que as pessoas, em todos os lugares, tenham informação relevante e conscientização para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida em harmonia com a natureza (12.8).
O ODS 12 assim como alguns outros, conta com três sub-metas, as quais buscam:
Apoiar países em desenvolvimento a fortalecer suas capacidades científicas e tecnológicas para mudar para padrões mais sustentáveis de produção e consumo (12.a). Desenvolver e implementar ferramentas para monitorar os impactos do desenvolvimento sustentável para o turismo sustentável, que gera empregos, promove a cultura e os produtos locais (12.b).
Racionalizar subsídios ineficientes aos combustíveis fósseis, que encorajam o consumo exagerado, eliminando as distorções de mercado, de acordo com as circunstâncias nacionais, inclusive por meio da reestruturação fiscal e a eliminação gradual desses subsídios prejudiciais, tendo plenamente em conta as necessidades específicas e condições dos países em desenvolvimento e minimizando os possíveis impactos adversos aos mais pobres (12.c).
Boas Práticas
Cidade “Desperdício Zero” – Kamikatsu, Japão
Kamikatsu foi o primeiro município do Japão a se comprometer com o desperdício zero e, desde então, a cidade revolucionou suas práticas de descarte de resíduos, passando da queima a céu aberto para um sistema circular de consumo e descarte, tudo com o objetivo de alcançar a neutralidade de carbono.
Nos dias de hoje, a cidade já fez um progresso substancial, estimando que ultrapassou a marca de 80% em sua jornada para atingir a meta de zero resíduo até 2030. A cidade implementou um sistema rigoroso de classificação de resíduos no Zero Waste Center, que exige que os residentes separem seus resíduos em 45 categorias diferentes, até mesmo o papel é classificado de nove maneiras diferentes.
Para incentivar práticas sustentáveis entre seus residentes, a cidade implementou um programa de incentivo que recompensa as pessoas com pontos de reciclagem que podem ser trocados por uma série de produtos ecologicamente corretos. Criaram placas que trazem os produtos que são feitos com os itens reciclados (já realocaram 447 quilos de itens como roupas, brinquedos e móveis) e quanto dinheiro a cidade economiza com o processo.
A cidade tem diversos serviços que seguem a mesma linha, como uma cervejaria sem resíduos (Rise and Win Brewing Co.), que com uma produção inovadora, foi desenvolvida uma maneira de converter grãos usados em fertilizantes líquidos para cultivar um dos ingredientes principais da cerveja, a cevada.
Outros como, um sistema de carona compartilhada e um brechó para os cidadãos (Kuru Kuru), onde os residentes podem deixar os itens que não querem mais, e outros podem levá-los gratuitamente. E também, os residentes e as empresas de Kamikatsu trabalham para minimizar o máximo possível o desperdício de alimentos.
Segundo a Diretora Ambiental do Centro, Momona Otsuka, duas coisas são fundamentais para a criação de uma cultura de reciclagem generalizada: políticas, como a Lei sobre Reciclagem de Vasilhames (1997) que deu às cidades autoridade para reciclar o lixo, e a cooperação dos moradores.
Programas Hortas Urbanas – Recife (PE)
Desde 2021, a capital pernambucana tem criado uma série de ações voltadas para o fortalecimento da agricultura urbana, como, por exemplo, a criação da Secretaria Executiva de Agricultura Urbana (SEAU), responsável pelo projeto, vinculada à Secretaria Municipal de Política Urbana (SPU), e a elaboração do Plano de Agricultura Urbana do município.
Os objetivos do Programa Hortas Urbanas, foram o fomento a práticas sustentáveis de agricultura no município; Contribuir para a segurança alimentar por meio do apoio a iniciativas de hortas urbanas; Promover ações de requalificação do ambiente urbano pelo incentivo de criação de microclimas e perpetuar saberes populares e acesso ao tratamento de doenças a partir da produção natural de plantas medicinais.
O programa apoia as iniciativas de agricultura urbana e criaram medidas para o reconhecimento das estruturas e articulações já existentes, como hortas, pomares, roçados, hortas fitoterápicas, escolares, sagradas/religiosas.
No total, são seis modalidades de hortas incentivadas e/ou monitoradas pela prefeitura, a maioria encontra-se em centros educacionais municipais ou conveniados com a Prefeitura do Recife. À exceção das Hortas em Todo Canto (coordenadas pelo governo estadual de Pernambuco) e do Projeto de Quintais Produtivos (coordenado por ONGs), as outras quatro modalidades são acompanhadas e monitoradas exclusivamente pelo município.
Dentre as principais ações de apoio, destacam-se: a distribuição de sementes, mudas, adubo e triturado de poda para os produtores; o suporte logístico; a oferta de assistência técnica; e a oferta de atividades de capacitação visando o envolvimento comunitário com a agroecologia, a segurança alimentar e a economia solidária e circular.
Atualmente, o orçamento anual das ações da SEAU é de R$ 500 mil provenientes do Tesouro Municipal e de emendas parlamentares. Você pode conferir todos os principais instrumentos (Plano Local, Plano Estratégico, Leis municipais, etc.) para implementação do projeto aqui.