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O poder da Ciência Comportamental no combate à COVID-19

Publicado em: 22.01.22 Escrito por: Redação Tempo de leitura: 4 min
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O poder da Ciência Comportamental no combate à COVID-19

 

Com a chegada da pandemia de COVID-19, muitos especialistas e a população em geral tinham em mente que não haveriam razões para as pessoas não seguirem corretamente as medidas para evitar o contágio do vírus, como lavar as mãos corretamente, usar máscara e manter a distância adequada. Além disso, era de se esperar que as pessoas buscassem se vacinar assim que possível – um cuidado essencial, também, para a própria saúde.
Entretanto, ao longo do último ano com a pandemia ainda em auge e também com a chegada dos imunizantes, notou-se um movimento contrário por parte da sociedade.
Diversos motivos podem ser justificados, como a falta de atenção, excesso de otimismo ou a dificuldade em mudar hábitos do cotidiano: o que fica claro é que as pessoas estão deixando de seguir as orientações de autoridades sanitárias, mesmo concordando que as diretrizes sejam o melhor caminho a se tomar.
Além disso, a construção psicossocial, a disseminação de fake news, e o receio dos efeitos colaterais, dentre outros fatores, fazem com que uma parte da sociedade discorde de práticas recomendadas por órgãos científicos. Uma pesquisa do Datafolha, em dezembro de 2020, apontou que 22% dos entrevistados disseram que não planejavam se vacinar.
Diante disso, muitos países ao redor do mundo estão utilizando a ciência comportamental para fortalecer o conceito de cidadania positiva e encorajar a adoção de comportamentos individuais positivos, como a vacinação e a aceitação das medidas de segurança sanitária.
É o caso de Portugal, que criou uma força tarefa com especialistas em ciências comportamentais para apoio na tomada de decisão no contexto da pandemia de COVID-19. O grupo tem como um dos objetivos formular recomendações que viabilizem um contexto social facilitador dessa comunicação e comportamento.
Para Dan Ariely, psicólogo e economista comportamental da Duke University School of Medicine, a tarefa de convencimento de pessoas que não seguem as recomendações de saúde pública não é fácil, considerando que em diversas outras situações a individualidade pesa mais do que o coletivo.
“Se você pensar na experiência pessoal das pessoas, basicamente nos ensinaria que não é uma boa ideia seguir as diretrizes. Pense em algo como enviar mensagens de texto e dirigir. Imagine se você pensar consigo mesmo que a probabilidade de enviar mensagens de texto e dirigir e algo ruim acontecer é de 1%. Então, um dia você dirige e é tentado por seu telefone, e você envia uma mensagem de texto, e nada aconteceu. Então você atualiza sua crença e diz que talvez não seja um por cento, é mais como 0,75%”, explica o especialista.
Ariely complementa que é necessária uma compreensão social de que seguir as medidas impostas por órgãos competentes é o melhor para todos. E isso não será feito a partir de comportamentos agressivos, muito menos com proibições.
“Precisamos da compreensão social de que esse é o comportamento certo. Precisamos que as pessoas digam umas às outras: ‘Sinto muito, não me sinto confortável. Você se importaria de colocar uma máscara?’ Tem que ser uma aplicação amigável de tudo o que fazemos”, complementa.

No Brasil

Em São Paulo, o (011).lab, um dos laboratórios de inovação em governo da Prefeitura Municipal, adaptou com ciência comportamental sobre o combate contra o coronavírus as mensagens da central telefônica do SP156, canal de atendimento à população.
Antes, o áudio descrevia medidas para evitar o contágio, como lavar as mãos e evitar aglomerações. Atualmente, trabalha com percepção de risco do público, como o fato do vírus ser invisível e de muitas pessoas infectadas estarem assintomáticas, o que reforça a importância da recomendação “fique em casa”.
A Prefeitura do Rio de Janeiro também utilizou ciências comportamentais para influenciar as decisões das pessoas durante a pandemia. Entre as ações realizadas, está o envio de drones pelo município com mensagens incentivando a segurança e o afastamento à áreas públicas.
Quer saber mais? Confira os links de referência:
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