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As transformações digitais em governos seguem sendo uma meta. A gestão pública está cada vez mais interessada em promover medidas que transformem um governo tradicional em governo digital. Porém, esse objetivo vem também com seus desafios.
Muito se discute sobre a importância de implementar um governo digital na administração pública, mas elaborar essa transição nem sempre é simples. Então, por que não revisitar boas práticas em políticas públicas e pensá-las alinhadas às políticas de transformação digital?
O segundo texto da série Futuro Digital da Rede Juntos apresentará medidas que contribuem a favor de governos digitais e modernos. Entretanto, sem deixar de lado desafios e alertas para gestores.
Quer saber melhor como começar a implementar medidas de Governo Digital? Siga a leitura aqui!
Por onde começar a transformação digital?
Na elaboração de projetos e políticas públicas, é essencial realizar um diagnóstico inicial preciso do problema ou da realidade que se deseja transformar. Nos programas de governo digital, essa abordagem não é diferente.
Para avaliar e realizar um levantamento estratégico, é indispensável formar uma equipe dedicada à transformação digital. É fundamental que essa equipe seja composta por pessoas comprometidas e com objetivos claros em desenvolver políticas nessa área. Essa equipe será responsável por mapear as dores e dificuldades da gestão nos serviços e produtos online, além de definir e executar as diretrizes de governo digital. Aspectos importantes sobre a composição das equipes incluem:
- Papeis bem definidos para cada membro;
- Diversidade de habilidades e competências;
- Perfis diversos que agreguem valor ao produto final;
- Incentivo à criatividade e inovação.
Além disso, essa equipe precisa ter uma visão holística para analisar os processos atuais e identificar os setores em que a tecnologia possa agregar valor. Uma ferramenta útil para orientar essa identificação é o modelo de gestão da inovação. Esse modelo apresenta uma perspectiva estruturada sobre a gestão de processos e dimensões ligadas à motivação e execução da inovação. Mapear desafios e definir as prioridades são tarefas centrais do modelo. Identificar claramente os problemas permite o desenvolvimento do maior número de soluções inovadoras e eficazes.
Outra orientação relevante para iniciar uma transformação digital é focar na criação de Produtos Mínimos Viáveis (MPVs). Focar em soluções de alto impacto e baixo custo inicial é uma alternativa para os entraves relacionados às dificuldades de acesso a recursos para políticas digitais.
O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos também faz sugestões importantes sobre como começar, reforçando que institucionalizar a estratégia fortalece o processo. Essa medida traz duas vantagens principais: a criação de um ambiente jurídico-normativo que possibilita o uso de recursos públicos e a transparência, que permite incluir a sociedade no processo. Afinal, um governo digital deve adotar uma abordagem dirigida pelo usuário.
Institucionalizar os esforços significa que a matriz de atuação dos governos estará amparada às exigências da legislação em vigor. Ações como essa respaldam e blindam os processos de transformação digital. À nível local é importante pensar em medidas que fortaleçam a governança legal da mudança, dando suporte e assegurando a continuidade e o legado dos esforços. Cada vez mais, a gestão pública precisa se preocupar e propor leis e medidas alinhadas à inovação e digitalização da administração pública.
O Ministério possui uma plataforma que contém 10 passos para a Transformação Digital. São eles: Esse material traz insights valiosos e ferramentas que podem ajudar na modernização de governos. Acesse aqui para saber mais.
Essas recomendações podem ser o seu ponto de partida!
Estruturando um plano de digitalização
Após definir ações iniciais importantes para estruturar equipes e políticas de transformação digital, é essencial delimitar o universo de atuação. Um escopo bem delimitado, com metas claras e mensuráveis, fortalece a iniciativa e aumenta as chances de sucesso.
Mapear a carta de serviços dos governos municipais, estaduais e órgãos relacionados facilita a escolha das intervenções iniciais e prioritárias. Ao visitar esses materiais, uma boa prática é conversar e entrevistar gestores que atuam com o serviço que pode se transformar em digital.
Após identificar as oportunidades, recomenda-se desenvolver projetos com potencial para resultados de curto prazo. Priorizar essas medidas não significa deixar de lado o planejamento de longo prazo, porém essa medida pode ser essencial para evitar riscos.
Esse cuidado é essencial, pois soluções digitais podem apresentar problemas. No entanto, ao identificá-los inicialmente em projetos menores, é possível prevenir que ocorram em ações mais amplas e complexas. Esse é o princípio da gestão do conhecimento.
Gestão do Conhecimento é um conjunto de processos intencionais que dá suporte aos gestores públicos no desenvolvimento, organização e compartilhamento contínuo de informações e conhecimentos estratégicos, auxiliando na tomada de decisões futuras. Caso deseje explorar mais, acesse as publicações do IPEA sobre gestão do conhecimento.
Definir formas de mensurar a atuação das equipes e o impacto dos serviços também é um passo necessário. Estabelecer indicadores de desempenho auxilia na avaliação do plano de transformação digital.
Incorporando essas recomendações, é possível transformar um plano em uma execução bem-sucedida. Para garantir que nada fique para trás, aqui está um resumo das iniciativas desta seção:
- Diagnóstico Inicial;
- Mapear serviços disponíveis;
- Definir o escopo de atuação;
- Conectar a estratégia com gestores e usuários;
- Investir em iniciativas com resultado no curto prazo;
- Organizar a gestão do conhecimento;
- Pensar a longo prazo;
- Elaborar indicadores.
Agora, vamos avançar para as ações e ferramentas facilitadoras.
Ações e ferramentas facilitadoras
Executar a transformação digital nem sempre é possível sozinho. As parcerias público-privadas são soluções eficazes para acelerar esse processo e trazer inovação de forma colaborativa.
No Brasil, tem crescido o número de empresas focadas em tecnologia e inovação digital do setor público, as chamadas GovTechs. Também aumentam as organizações da sociedade civil com esse foco, o que abre espaço para termos colaboração e fomento.
A adoção de sistemas integrados e interoperáveis é essencial para o sucesso da transformação digital. Um exemplo é o Gov.br, que facilita a integração entre serviços do governo federal com os serviços estatais e municipais por meio de um login único. Esse serviço representa mais facilidade e segurança para os usuários de serviços públicos.
Para implementar o login único acesse o Roteiro de Integração do Login Único do Governo Federal e comece a transformação digital agora mesmo.
O laboratório de inovação do Governo de Santa Catarina (Nidus) recomenda uma série de ferramentas e tecnologias que podem ser úteis na transformação digital. As opções são diversas, como: Internet das coisas, Inteligência artificial, Blockchain e Computação em nuvem. Além disso, reforça os cuidados que devem ser tidos com a proteção de dados sensíveis em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
O Governo Federal possui a Rede Nacional de Governo Digital. Aderindo a ela, Estados e Municípios podem se juntar a esforços colaborativos para a transformação digital de serviços públicos. Nela, gestores públicos podem acessar um conjunto amplo de ferramentas e plataformas para ampliar a oferta de serviços digitais.
Casos de sucesso e exemplos práticos
O Piauí tem se esforçado para implementar serviços públicos digitais. Hoje, já conta com mais de 500 serviços públicos digitais. Esses serviços abrangem diversas áreas que vão desde a segurança pública (botão de pânico) até o trabalho rural (licenças para Pequenos Agricultores).
Uma ação do Governo piauiense que aproxima gestão e cidadão é a plataforma Gov.pi Cidadão, lançada em 2023, e atinge mais de 900 mil usuários. Desde o início, a plataforma segue em constantes ajustes e atualizações. Em Teresina, a capital do Estado, o uso da plataforma foi capaz de zerar a fila para emissão da Carteira do Autismo.
O município de Niterói (RJ) também tem avançado na modernização digital. A prefeitura possui uma Estratégia de Transformação Digital, que fomenta e capacita servidores para o desenvolvimento de competências.
Além disso, possui indicadores objetivos para o monitoramento de suas estratégias. No Portal de Transformação Digital, a prefeitura relata sua trajetória que se iniciou em 2013. Niterói é hoje o 5° colocado pelo Ranking Connected Smart Cities 2024, que avalia cidades inteligentes e conectadas.
Esses exemplos comprovam que a digitalização da administração pública é possível e pode ser realizada de forma eficiente, especialmente por meio de parcerias estratégicas. Aprender com experiências bem-sucedidas é o primeiro passo para transformar seu estado ou município.
Inovação e letramento digital: Os pilares da transformação
As boas práticas e os casos de sucesso que foram apresentados neste texto só são positivos com a presença de dois pilares chave para a transformação digital: a cultura da inovação e os investimentos em letramento digital para gestores públicos.
A inovação enquanto valor nas organizações públicas tem sido um ponto de atenção e de investimentos. Equipes que têm obtido sucesso se organizam e estabelecem um sistema de governança que permita o uso de experimentos e testes com os produtos de transformação digital. O uso da metodologia Design Thinking tem sido um alinhado no impulsionamento dessas iniciativas.
O espírito inovador requer um aprendizado contínuo que se adapte às novas tecnologias, de modo que isso vire algo usual na cultura e governança institucional da administração pública.
É uma metodologia de inovação e projetos interativa, com feedbacks contínuos. Seus processos são, respectivamente: Empatia, Definição, Ideação, Prototipação, Testagem e Avaliação. O Design Thinking considera que existem três momentos essenciais para promover a inovação, a inspiração, a ideação e a implementação. Saiba mais em Toolkit TCU – Design Thinking para Governos.Design Thinking
A cultura em inovação, apesar de importante, não é capaz de garantir a transformação digital sozinha. É preciso investir no letramento digital dos burocratas. Capacitação dos gestores é outro elemento relevante para a garantia do sucesso da implementação das estratégias. Não é possível pensar em transformação digital sem antes assegurar que os servidores públicos sejam capazes de operar no ambiente digital.
“O letramento digital é a capacidade de usar os recursos tecnológicos de forma consciente e crítica, uma vez que é preciso familiaridade e domínio das ferramentas. Por isso, buscamos colaborar no planejamento e desenvolvimento de novas capacidades técnicas dos servidores públicos e dos cidadãos” Lincoln Moreira, Diretoria de Gestão Corporativa da ENAP
Portanto, a digitalização da administração pública requer uma abordagem transversal que foque desde o fomento à ambientes inovadores até os investimentos nos gestores públicos. Estratégias que não levam em consideração a necessidade do desenvolvimento de competências e habilidades digitais podem levar investimentos públicos para produtos distantes dos seus objetivos e da população. Uma burocracia especializada pode ser o diferencial entre o sucesso ou não dos planos de governo digital.
E você, gestor? Já sabe como iniciar a transformação digital em sua região? Deixe as suas dúvidas ou comentários no box abaixo! E para continuar aprendendo sobre o Futuro Digital e se manter atualizado, acesse a Plataforma Rede Juntos!
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Lideranças com espírito público
Somos servidores, prefeitos, especialistas, acadêmicos. Somos pessoas comprometidas com o desenvolvimento dos governos brasileiros, dispostas a compartilhar conhecimento com alto potencial de transformação.
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