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Segurança Pública e o uso de evidências com Alberto Kopittke
Confira como foi a entrevista com o especialista:
#1 Segurança pública é um problema da gestão municipal?
Antes de se ter um comportamento violento e participar de alguma organização criminosa, esse jovem passou anos sendo atendido pelos serviços das Prefeituras, mas hoje esses serviços não estão preparados tecnicamente para lidar com o fenômeno da violência e conseguir preveni-lo. Ao mesmo tempo, as cidades tem um grande papel para desenvolver na fiscalização das posturas municipais, do som alto, do consumo de bebidas nas ruas, da venda de produtos ilegais, da presença de crianças em festas, enfim, de um conjunto de “pequenos delitos” que também não podem ser deixados apenas para as polícias. Mas acima de tudo, o(a)s Prefeito(a)s podem liderar uma grande mobilização nas cidades para difundir a cultura de paz e integrarem os diversos atores públicos que hoje já estão atuando sobre o tema da violência e diversos outros que muitas vezes ainda não percebem que também estão envolvidos, além dos empresários, líderes comunitários, esportivos, religiosos, culturais e de comunicação para construir uma agenda comum que seja capaz de mobilizar a cidade para superar a violência. Essa concepção mais ampla de Segurança Pública é o que funcionou em diversos países e cidades do mundo que conseguiram vencer a violência.
#2 Qual a importância de ações como o Pacto Pelotas Pela Paz* para a prevenção da violência na cidade?
Outra grande inovação do Pacto é que ele foi todo formulado com base em evidências científicas internacionais sobre o que funciona para reduzir a violência, superando o “achismo” e as crenças de cada um. Não podemos mais gastar o recurso público sem usarmos evidências para desenvolver as estratégias de ação.
#3 Como o Pacto funciona?
O Pacto funciona através de três espaços de gestão: o Gabinete de Gestão Integrada de Segurança, onde são monitoradas e geridas as estratégias de policiamento e justiça e de fiscalização municipal; o Comitê Integrado de Prevenção (CIP) onde são monitoradas e geridas as estratégias de prevenção social; e o Fórum Municipal de Segurança, onde o poder público deve prestar contar para um grupo de mais de duzentos membros de todos os setores da sociedade civil.
#4 Quais os maiores desafios enfrentados na implementação de uma agenda municipal de segurança?
Embora a falta de recursos financeiros em tempos de crise seja obviamente um problema, ele não é o maior desafio para a implantação da nova concepção de segurança, pois a maioria das estratégias proativas é feita com os serviços que já são desenvolvidos na cidade, só que hoje são reativos, desintegrados, sem planejamento e não são feitos com base em evidências. Existem dois grandes desafios: um interno, onde o desafio é fazer os servidores públicos das mais diversas áreas compreenderem a importância do trabalho integrado e aceitarem novas formas de fazer o seu trabalho. As pessoas costumam se fechar na sua área e possuem resistência para dialogar com outras áreas, fazer planejamentos integrados e principalmente modificar a forma como costumam fazer as coisas, mesmo que elas não venham funcionando. Para isso é fundamental a sensibilização e a formação para as pessoas conhecerem outras experiências exitosas, e acreditarem que é possível fazer diferente. O segundo desafio é a mobilização da sociedade. Explicar para as pessoas uma nova concepção para abordar o problema da violência e mostrar para elas que isso funciona também não é uma tarefa fácil, mesmo que a concepção atual não esteja dando resultados positivos há muitos anos. E para isso, é fundamental uma boa política de comunicação e mostrar os projetos de forma concreta. E para os dois desafios, o papel do(a) Prefeito(a) é fundamental, pois ele é a liderança que pode falar para dentro e para fora e mobilizar todos os atores.
#5 Como estimular a participação do cidadão comum, um dos maiores interessados no resultado final?
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Somos servidores, prefeitos, especialistas, acadêmicos. Somos pessoas comprometidas com o desenvolvimento dos governos brasileiros, dispostas a compartilhar conhecimento com alto potencial de transformação.
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