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A Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu o dia 10 de março como o Dia Mundial do Combate ao Sedentarismo. Durante este mês, o tema ganha destaque na agenda pública e abre espaço para debates e ações voltadas à promoção da atividade física.
O sedentarismo é hoje considerado um significativo desafio à saúde pública e é um relevante fator de risco de morte em todo o mundo. No Brasil, esse cenário não é diferente. A pesquisa Saúde e Trabalho do Serviço Social da Indústria (Sesi) mostra que 52% dos brasileiros não praticam atividades físicas (2022).
O impacto do sedentarismo preocupa: a inatividade física está associada a doenças graves, como obesidade, problemas cardiovasculares, diabetes do tipo 2, depressão e alguns tipos de câncer. Diante desse cenário, gestores públicos vêm desenvolvendo estratégias para incentivar a prática de atividades físicas e reduzir os impactos do sedentarismo.
Siga aqui para saber mais sobre políticas públicas e incentivos ao não sedentarismo!
Sedentarismo e Desigualdades Sociais
O sedentarismo não deve ser visto apenas como uma escolha individual, mas sim como um fenômeno influenciado por fatores sociais e estruturais. A relação entre sedentarismo e as desigualdades sociais evidenciam a importância de políticas que ampliem o acesso a espaços públicos para a prática de atividades físicas.
Entre os adolescentes, foi possível identificar uma associação entre nível socioeconômico e sedentarismo. Meninas na mesma condição estão ainda mais sujeitas a não praticar atividades físicas, devido a normas culturais de gênero que limitam sua participação em esportes e à sobrecarga de responsabilidades relacionadas ao cuidado. Além disso, a região onde esses jovens estudam também é um fator relevante para a prática ou não das atividades físicas.
Os idosos também são um grupo vulnerável ao sedentarismo. A falta de atividade física entre esse público pode acarretar na diminuição da mobilidade e predisposição para doenças crônicas. Assim como entre os jovens, as condições socioeconômicas e ambientais desfavoráveis podem impactar negativamente na qualidade de vida da população idosa.
As pessoas com deficiência também estão sujeitas ao sedentarismo, intensificado pelas desigualdades sociais e por estruturas físicas desalinhadas com suas necessidades. Entre os principais desafios desse público, estão a falta de espaços disponíveis para as atividades físicas e limitações financeiras.
Esses dados indicam como a infraestrutura e a disponibilidade dos equipamentos públicos pode ser desigual. Portanto, o enfrentamento a essa condição precisa vir em conjunto com medidas transversais. Ou seja, ações que devem por mais de uma frente – isto é, em um conjunto de esforços.
Iniciativas para incentivar atividades físicas
A promoção da atividade física depende de políticas públicas que integrem planejamento urbano e diretrizes do plano diretor. Esses instrumentos de organização das cidades são espaços em que a saúde e o bem estar físico podem estar assegurados.
Para que o planejamento das cidades esteja alinhado com interesses da população, uma prática que impulsiona a inclusão e combate às desigualdades sociais é a participação do cidadão nos planos diretores. A participação social, a intersetorialidade das ações e a inclusão de universidades no processo de elaboração são diferenciais ao se pensar em cidades e comunidades saudáveis.
Parques públicos são fundamentais para ampliar o acesso à atividade física e reduzir barreiras estruturais ao esporte e lazer. Esses parques são espaços verdes comuns e compartilhados e contém aparelhos públicos como academias ao ar livre e pistas para caminhada e corrida.
A descentralização e acessibilidade dos parques e aparelhos públicos para a realização das atividades físicas são essenciais para que eles se tornem parte da rotina da população.
Um exemplo de sucesso é o caso do projeto Academia Recife. Na capital pernambucana, o programa opera desde 2015 e envolveu a contratação de uma organização social especializada no tema para gerir as equipes do Academia Recife.
Com a parceria, a Prefeitura consegue proporcionar acesso gratuito a equipamentos de musculação e orientação profissional em 27 academias ao ar livre espalhadas pela cidade, com foco em regiões de maior vulnerabilidade socioeconômica. Além disso, o programa conta com um caminhão-baú itinerante adaptado para realizar aulas diversas.
A celebração de contratos de gestão com organizações sociais pode ser uma estratégia eficaz para expandir iniciativas como essa. Um incentivo para as organizações sociais pode ser o estabelecimento de metas para a renovação dos contratos, como é em Recife. Existem cláusulas no Academia Recife voltadas para que a renovação dos contratos seja condicionada ao cumprimento de 80% das metas previstas no edital de chamamento.
Para a manutenção dos Parques Públicos as contratualizações também podem ser uma alternativa. Na cidade de São Paulo, o Parque Ibirapuera e outros cinco parques hoje são geridos via parceria público-privada (PPP). Wilson Poit, gestor envolvido no processo, explica em um vídeo para a Rede Juntos como foi essa ação e quais os resultados dessa concessão, reforçando que uma PPP como essa pode ser implementada em outros territórios.
As melhorias trazidas pela concessão incluem a revitalização das áreas comuns dos parques, aprimoramento da infraestrutura e reforço na segurança. Essas mudanças garantem um ambiente mais acessível e adequado para o uso dos equipamentos públicos na prática das atividades físicas e culturais.
Outras contratualizações podem ser vistas aqui na Rede Juntos, através do Mapa da Contratualização. Acesse os materiais aqui.
Os Centros Educacionais Unificados (CEUs), criados pela Prefeitura de São Paulo em 2002, são uma referência em políticas integradas de educação, cultura e esporte. Os CEUs se propõem a serem um espaço de cultura e lazer integrado ao sistema de ensino infantil e fundamental. Ao redor da cidade, existem 58 unidades em funcionamento.
Esses aparelhos foram planejados para mobilizar projetos educacionais para jovens de baixa renda, com o objetivo de serem uma referência para desenvolvimento do território. Esses centros possuem um vínculo contínuo com a comunidade, durante a semana os alunos podem fazer atividades físicas nas turmas regulares de crianças, jovens, adultos e idosos, já nos finais de semana os espaços são abertos para todos os membros da comunidade.
A superação do sedentarismo exige políticas públicas que garantam acesso equitativo a equipamentos esportivos e de lazer para toda a população. Ou seja, as ações precisam ser transversais.
Um material que agrega nessa discussão é o Guia de Atividade Física para a população brasileira, do Ministério da Saúde.
Esse material serve de subsídio para gestores públicos quanto às principais recomendações sobre as atividades físicas para a população, incluindo públicos variados, como:
- Crianças até 5 anos
- Crianças e jovens de 6 a 17 anos
- Adultos
- Idosos
- Gestantes e Mulheres no pós-parto
- Pessoas com deficiência
Além disso, o Guia apresenta também recomendações para as atividades físicas no ambiente escolar voltadas para a educação física. Incentivando ativamente a participação de crianças e adolescentes nas aulas de educação física. O olhar diferenciado para cada um dos públicos-alvo é capaz de trazer mais efetividade para as políticas públicas de enfrentamento ao sedentarismo.
E você, gestor público, já conhecia essas iniciativas de combate ao sedentarismo? Para continuar aprendendo boas práticas em políticas públicas continue acompanhando a Plataforma Rede Juntos.
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