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Bruna Santos e o uso de Dados Abertos na gestão pública
Confira como foi a nossa entrevista.
#1 O que são e por que Dados Abertos?
Dados abertos são fundamentais, mas não garantem o mundo ideal. Porém, sem dados abertos, a possibilidade de cooperação, interação, interoperabilidade, responsabilização, etc, entre os agentes sociais fica limitada e o “organismo social” corre o risco de ficar anêmico. Em minha opinião, a crise de confiança da sociedade em relação às instituições públicas é sintoma de uma anemia decorrente das falhas dos nossos sistemas de participação e comunicação entre sociedade e governo. Por que dados abertos? Porque sem eles não vejo caminho seguro para revertermos esse quadro.
#2 O que é política de dados abertos governamentais?
Uma política de dados abertos é um conjunto de normas, procedimentos e orientações para a abertura dos dados governamentais. Em 2016 tivemos um avanço no executivo nacional com o Decreto 8777/2016 que estabeleceu as regras para disponibilização de dados abertos no âmbito do Poder Executivo Federal. A política está em fase de implementação e cabe a nós, da sociedade civil, monitorarmos para que existam avanços e não retrocessos nesse sentido. É hora de sermos proativos na criação de um ecossistema de geração de impacto no topo dessas informações.
#3 Quais os desafios para uma maior abertura dos dados das administrações públicas brasileiras?
Para abrir as informações de forma que, em bom português, aquela informação sirva para alguma coisa, é preciso que ela esteja organizada e que haja uma rotina de coleta e processamento. Na minha opinião, este é o grande desafio das administrações públicas. Grandes organizações têm dificuldade de fazer a gestão de sua informação e, por muitos motivos estruturais, os governos sofrem ainda mais com isso. De qualquer forma, podemos reduzir qualquer desafio à falta de transparência e à falta de vontade política. Eu prefiro atacar os problemas factíveis de serem resolvidos no curto e médio prazo. A mudança da cultura emergirá disso.
#4 Por quê há tanta dificuldade em transformar os dados já fornecidos pelos governos em informações úteis para a população?
O movimento do jornalismo de dados surgiu com muita força com esse propósito. Fazer isso de forma contínua, em uma escala que possa competir com a miríade de conteúdo irrelevante que circula hoje é um desafio. Alguns passos têm sido dados nesse sentido e as ações da Open Knowledge com a Escola de Dados, o Gastos Abertos e o projeto Serenata de Amor são exemplos concretos desse amadurecimento do ativismo dos dados abertos.
#5 Quais as iniciativas já desenvolvidas por administrações brasileiras para seguir essa linha?
Acredito que temos parâmetros muito difusos para acompanhar e avaliar as cidades nesse sentido. É por tal motivo que vejo com grande potencial a expansão do Open Data Index, desenvolvido pela OKBr em parceria com a academia. Toda vez que um prefeito ou secretário ouve sobre planos de dados abertos municipais ele precisa construir um plano de voo sobre onde começar e quer saber que cidades já fizeram e como. Em Teresina, a Comunitas está apoiando a frente de trabalho Teresina 2030, com objetivo de auxiliar a cidade a abrir as bases de forma sistemática e dialogar com um plano de desenvolvimento urbano. Desta forma os recursos são maximizados e a abertura estará a serviço de um objetivo mais amplo de impacto na cidade.
#6 O setor privado se beneficia com a abertura dos dados governamentais? De qual forma?
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Somos servidores, prefeitos, especialistas, acadêmicos. Somos pessoas comprometidas com o desenvolvimento dos governos brasileiros, dispostas a compartilhar conhecimento com alto potencial de transformação.
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