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Qual a relação entre turismo e economia criativa?

Publicado em: 08.05.25
Escrito por: Redação Tempo de leitura: 7 min Temas: Desenvolvimento econômico, Emprego e renda, Turismo
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Hoje, 8 de maio, é celebrado o Dia Nacional do Turismo. A data, instituída em 2012, homenageia a resiliência do setor e relembra um marco histórico ocorrido em 1916. Naquele ano, o Estado do Paraná propôs a desapropriação de terras ao redor das Cataratas do Iguaçu, reconhecendo sua relevância e declarando a área de utilidade pública para a criação de um parque. A iniciativa foi acatada e resultou na consolidação de um importante polo turístico para toda a região.

Reconhecendo a relevância do turismo para o desenvolvimento territorial, o papel da economia criativa também destaca-se como estratégia para integrar cultura e saberes tradicionais ao crescimento econômico.

Por isso, neste Dia do Turismo, destacamos a importância de políticas públicas voltadas ao setor e o potencial da economia criativa como vetor de desenvolvimento local.

Venha conhecer mais sobre o cenário de Turismo e Economia Criativa no Brasil! Siga a leitura!

O Turismo no Brasil

O turismo nacional segue em recuperação e expansão. Antes da pandemia, o setor de turismo se mantinha estável. Porém, além das significativas perdas sociais e econômicas, a pandemia de Covid-19 acabou resultando em quedas no número de viagens e diminuindo o fluxo de turistas domésticos e internacionais. 

Em 2023, conforme dados da PNAD Contínua, a proporção de domicílios com pelo menos um morador que realizou alguma viagem chegou a 19,8%, um avanço quando comparado a 2021 (12,7%) e 2020 (13,9%). No primeiro ano da pandemia, foram registradas 13,6 milhões de viagens, número que caiu para 12,3 milhões em 2021. Com o fim da emergência sanitária, em 2023, o número saltou para 21,1 milhões, representando um crescimento de 71,5% em relação ao ano anterior. Esse total engloba tanto viagens nacionais quanto internacionais.

Ainda conforme a pesquisa, 97% dos brasileiros optaram por destinos nacionais em suas viagens em 2023, o que gerou um impacto positivo de R$ 20 bilhões na economia do país. Entre os que viajaram a lazer, os principais atrativos foram os destinos de sol e praia (46,2%), seguidos por locais com natureza, ecoturismo ou aventura (22%) e, em terceiro lugar, experiências voltadas à cultura e gastronomia (21,5%). Este último motivo apresentou um crescimento expressivo em relação a 2021, quando apenas 16% dos turistas o apontavam como fator decisivo na escolha do destino.

Quanto aos turistas estrangeiros, em 2024 o Brasil encerrou com a marca recorde de 6.773 milhões turistas estrangeiros no ano, o que representa um crescimento de 14.6% em comparação a 2023. Os estados que mais receberam visitantes nessa modalidade foram São Paulo (2.274.932), Rio de Janeiro (1.528.133), Paraná (912.255) e Rio Grande do Sul  (883.662), respectivamente. 

Os países natais com o maior número de turistas estrangeiros são: 

  • Argentina;
  • Estados Unidos;
  • Chile;
  • Paraguai; e
  • Uruguai.

PARA SABER MAIS

Com o objetivo de impulsionar o Turismo Internacional no Brasil, o Programa de Aceleração do Turismo Internacional (PATI) recebeu aportes financeiros maiores para 2025. Os objetivos do programa estão ligados ao aumento da capacidade de expansão no volume de turistas, incentivo de voos diretos ao Brasil e assegurar a sustentabilidade e a distribuição regional.

Onde entra a Economia Criativa? 

A economia criativa é um modelo de negócio fundamentado na geração de valor a partir da criatividade, do conhecimento e das habilidades das pessoas, resultando em produtos, serviços ou atividades que podem ser tangíveis ou intangíveis, com caráter intelectual, artístico e potencial econômico. 

Esse segmento baseia-se em ativos criativos com potencial de gerar crescimento e desenvolvimento econômico. Os setores mais comuns da economia criativa estão no entretenimento, artes, eventos culturais, mídias digitais, artesanato e gastronomia.

Manifestação Cultural em Recife (PE)

Um aspecto relevante está ligado à capacidade de expressar os traços culturais do território, auxiliando na propagação de tradições da região. Esses elementos da economia criativa estão diretamente ligados ao turismo e a demandas dos viajantes. A economia criativa emprega cerca de 7,8 milhões de pessoas no Brasil e segue em crescimento constante. Saiba informações específicas do setor no Painel de Dados da Fundação Itaú

A articulação entre economia criativa e o turismo tem se consolidado como uma estratégia promissora para o impulsionamento do turismo local. O incentivo à iniciativas dessa natureza tem despontado como uma oportunidade não só para os viajantes, mas também para os locais envolvidos na atividade. 

O conceito de turismo criativo ganha força com essa convergência. Ele promove conexões significativas entre os turistas e as comunidades, favorecendo uma imersão mais profunda nos modos de vida, saberes e práticas culturais desses territórios.

O Papel das Cidades Criativas

Iniciativas que assegurem o desenvolvimento de economias criativas e, como consequência, de turismo criativo, requerem uma mudança de perspectiva no planejamento urbano. A partir disso, a elaboração de Cidades Criativas entra na discussão. Essas cidades são planejadas de forma que seja priorizada a capacidade criativa das pessoas. Ou seja, são ambientes pensados e propícios à produção criativa e inovadora, mantendo-se um equilíbrio entre a tradição e a novidade.

Portanto, Cidades Criativas são territórios dinâmicos onde a criatividade, a cultura e a inovação são reconhecidas como elementos estratégicos para o desenvolvimento sustentável. Existem nelas movimentos coletivos que envolvem poder público, setor privado, organizações da sociedade civil em torno da construção de um ecossistema favorável à experimentação, à colaboração e à valorização das identidades locais. 

Você sabia?

Em 2024, o Ministério da Cultura lançou as diretrizes da Política Nacional de Economia Criativa – Brasil Criativo. Essas diretrizes buscam contribuir de forma efetiva na consolidação da economia criativa como estratégia de desenvolvimento em suas várias formas. Entre as principais diretrizes, estão aspectos como: 

  • Gestão do conhecimento e formação;
  • Fomento e financiamento;
  • Transversalidade e integração de políticas públicas;
  • Desenvolvimento de infraestrutura e redes produtivas; e
  • Inclusão e impacto social.

Exemplos de sucesso

Reconhecendo a relevância de Cidades Criativas para o fortalecimento do turismo nacional, o Ministério do Turismo elaborou uma série de publicações destacando boas práticas e iniciativas inspiradoras de cidades criativas. No material intitulado como Cidades Criativas do Brasil, são apresentados casos de destaque que evidenciam a diversidade cultural e a capacidade de inovação desses territórios em diferentes áreas temáticas. Alguns exemplos: 

  • Recife (PE)

A capital pernambucana é um dos principais exemplos de cidade criativa voltada à música. Recife abriga uma ampla variedade de espaços dedicados à produção cultural e musical, com eventos que abrangem diversos gêneros ao longo do ano. O respeito ao patrimônio histórico e a vitalidade das manifestações artísticas e festivas, como o Carnaval de Recife, fazem da cidade um polo expressivo do turismo criativo.

  • Paraty (RJ)

A cidade fluminense se destaca por sua rica tradição gastronómica, que atrai visitantes de todas as regiões do país. Reconhecendo essa vocação, a cidade promove anualmente o Festival Gastronômico e o Festival da Cachaça, consolidando-se como destino cultural e culinário. Além disso, o artesanato tradicional fortalece a identidade local e enriquece a experiência turística.

  • Campina Grande (PB)

Referência no campo das artes midiáticas, Campina Grande alia inovação tecnológica e valorização cultural. Foi pioneira no lançamento de um curso superior em Arte e Mídia e na criação de um programa de incubação voltado a empresas de base tecnológica na região. Com mais de 20 grandes eventos por ano, incluindo o maior São João do mundo, a cidade paraibana é um exemplo de como a economia criativa e a inovação podem impulsionar o desenvolvimento local.

Fica a dica

O Ministério do Turismo também desenvolveu uma série de economia criativa entre as cidades brasileiras. Acesse aqui para saber mais

As cidades levantadas para o material fazem parte da Rede de Cidades Criativas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Essa rede contempla um conjunto de cidades alinhadas ao desenvolvimento sustentável e criativa. As cidades são classificadas conforme sua vocação local. Nela, estão também cidades internacionais, como:

  • Braga (Portugal): Literatura;
  • Battambang (Camboja): Gastronomia 
  • Bucara (Uzbequistão): Artesanato e Arte Folclórica; e
  • Caracas (Venezuela): Música.

 

E você, gestor, já conhecia a importância da economia criativa para o desenvolvimento do turismo local? Para continuar aprendendo mais sobre Turismo e Cidades Criativas , não deixe de acessar a Plataforma Rede Juntos!

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