Duração: 129 min
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Certificado de Conclusão
Para receber o Certificado de Conclusão da trilha Universalização do Saneamento Básico, envie um artigo de até 2 páginas (aproximadamente 1000 palavras) escrito a partir do que você aprendeu para redejuntos@comunitas.org.br . Sinta-se a vontade para, neste documento, compartilhar os principais aprendizados, uma reflexão ou uma análise livre no tema explorado durante a Trilha. O certificado será enviado para o seu email de cadastro e aqueles artigos que se destacarem poderão ser publicados no blog da Plataforma.
Saneamento Básico
Contexto e Princípios do Saneamento Básico
NORMAS NORTEADORAS
- A Política Nacional de Saneamento, instituída pela Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007 (Links to an external site.);
- A Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei 12.305 de 2 de agosto de 2010 (Links to an external site.),
- A recente atualização do Marco Legal do Saneamento, pela aprovação da Lei 14.026, de 15 de julho de 2020 (Links to an external site.).
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
QUAL A REALIDADE BRASILEIRA?



O RANKING DA UNIVERSALIZAÇÃO DE SANEAMENTO:

O CUSTO DA UNIVERSALIZAÇÃO NO BRASIL:


DOENÇAS RELACIONADAS AO SANEAMENTO AMBIENTAL INADEQUADO


DADOS GERAIS SOBRE A EVOLUÇÃO DO SANEAMENTO RURAL NO BRASIL






- 99% da população com água potável e de 90% da população com coleta e tratamento de esgotos até 31 de dezembro de 2033.
Casos específicos são tratados, portanto, ATENÇÃO:
- Os contratos em vigor que não possuírem as metas de universalização terão até 31 de março de 2022 para viabilizar essa inclusão.
- Quando os estudos para a licitação da prestação regionalizada apontarem para a inviabilidade econômico-financeira da universalização na data referida no caput deste artigo, mesmo após o agrupamento de Municípios de diferentes portes, fica permitida a dilação do prazo, desde que não ultrapasse 1º de janeiro de 2040 e haja anuência prévia da agência reguladora, que, em sua análise, deverá observar o princípio da modicidade tarifária.
- até 2 de agosto de 2021, para capitais de Estados e Municípios integrantes de Região Metropolitana (RM) ou de Região Integrada de Desenvolvimento (Ride) de capitais;
- até 2 de agosto de 2022, para Municípios com população superior a 100.000 (cem mil) habitantes no Censo 2010, bem como para Municípios cuja mancha urbana da sede municipal esteja situada a menos de 20 (vinte) quilômetros da fronteira com países limítrofes;
- até 2 de agosto de 2023, para Municípios com população entre 50.000 (cinquenta mil) e 100.000 (cem mil) habitantes no Censo 2010; e
- até 2 de agosto de 2024, para Municípios com população inferior a 50.000 (cinquenta mil) habitantes no Censo 2010.
ABASTECIMENTO DE ÁGUA


ESGOTAMENTO SANITÁRIO



Cenário Atual e Contexto de Crise da COVID-19
CUSTO E BENEFÍCIOS DO INVESTIMENTO EM SANEAMENTO EM 2020



Glossário de Conceitos Essenciais do Saneamento
- Abastecimento de água potável: constituído pelas atividades e pela disponibilização e manutenção de infraestruturas e instalações operacionais necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações prediais e seus instrumentos de medição;
- Esgotamento sanitário: constituído pelas atividades e pela disponibilização e manutenção de infraestruturas e instalações operacionais necessárias à coleta, ao transporte, ao tratamento e à disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até sua destinação final para produção de água de reúso ou seu lançamento de forma adequada no meio ambiente;
- Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: constituídos pelas atividades e pela disponibilização e manutenção de infraestruturas e instalações operacionais de coleta, varrição manual e mecanizada, asseio e conservação urbana, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos domiciliares e dos resíduos de limpeza urbana; e
- Drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: constituídos pelas atividades, pela infraestrutura e pelas instalações operacionais de drenagem de águas pluviais, transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas, contempladas a limpeza e a fiscalização preventiva das redes;
- Região metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião: unidade instituída pelos Estados mediante lei complementar, de acordo com o § 3º do art. 25 da Constituição Federal, (Links to an external site.) composta de agrupamento de Municípios limítrofes e instituída nos termos da Lei nº 13.089, de 12 de janeiro de 2015 (Estatuto da Metrópole);
- Unidade regional de saneamento básico: unidade instituída pelos Estados mediante lei ordinária, constituída pelo agrupamento de Municípios não necessariamente limítrofes, para atender adequadamente às exigências de higiene e saúde pública, ou para dar viabilidade econômica e técnica aos Municípios menos favorecidos;
- Bloco de referência: agrupamento de Municípios não necessariamente limítrofes, estabelecido pela União e formalmente criado por meio de gestão associada voluntária dos titulares;

Ferramentas de Diagnóstico e Tomada de Decisão no Saneamento

Conhecendo a realidade do município
CONHECENDO A REALIDADE DO MEU MUNICÍPIO
Leituras de aprofundamento
- Diretrizes para a definição da Política e elaboração do Plano de Saneamento Básico (Links to an external site.).
- Planos Municipais de Saneamento Básico: orientação para elaboração
- O Brasil possui um Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab)
- Plano Nacional de Saneamento Básico – PLANSAB

Abastecimento de Água
- Qual é a fonte de água bruta que o município utiliza? É água superficial (rios, córregos, ribeirões, reservatórios) ou água subterrânea?
- A água disponível é suficiente para o abastecimento público da forma contínua? E para as projeções futuras de crescimento populacional?

- Tarifa média de água: a tarifa de água pode ser comparada com outros municípios do mesmo porte e com características semelhantes. Deve-se atentar ao conceito da modicidade tarifária para a garantia da prestação de serviços a todos independente da condição financeira.
- Índice de perda de faturamento: as perdas de água no sistema de distribuição podem ajudar a entender a condição de manutenção do sistema. Pois sistemas com grandes perdas demandaram, por exemplo, maiores investimentos de manutenção ou mesmo substituição das tubulações.
- Consumo médio per capita de água: segundo a Organização Mundial de Saúde e a ONU devem ser garantidos pelo menos 100 L por habitante por dia. A média do consumo brasileira é 154 L habitante por dia. Avaliar esse indicador é importante para um balizamento sobre o atendimento à população, bem como indicar se há consumo excessivo que igualmente deve ser combatido.
- Índice de atendimento Urbano de água e Índice de atendimento total de água: esses dois índices são importantes forma de avaliação dos desafios do município para a universalização do acesso à água. A comparação do Índice de atendimento total de água com o Índice de atendimento Urbano de água permite uma análise do provimento de água no meio rural.
- Economias atingidas por paralisações e Economias atingidas com intermitência: esses índices são um bom balizados da qualidade na prestação do serviço.
TARIFA MÉDIA X DESPESA TOTAL COM OS SERVIÇOS POR M3 FATURADOS (R$) NO BRASIL:


Esgotamento Sanitário
- SNIS: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento
- ATLAS ESGOTOS: Despoluição de Bacias Hidrográficas publicado pela ANA. O Atlas apresenta um diagnóstico, por município, sobre população atendida com coleta e com tratamento de esgoto. Apresenta as soluções técnicas utilizadas para sistemas coletivos ou individuais (percentual de atendimento com fossa séptica) e a capacidade de diluição do corpo de água.


- Tarifa média de esgoto: a tarifa de esgoto pode ser comparada com outros municípios do mesmo porte e com características semelhantes. Deve-se atentar ao conceito da modicidade tarifária para a garantia da prestação de serviços a todos independente da condição financeira.
- Índice de coleta de esgoto e Índice de tratamento de esgoto. Estes dois índices poderão dar uma estimativa da distância a universalização, bem como estimar investimentos necessários, para a coleta e o tratamento dos esgotos.
- Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), IBGE (Links to an external site.)
- Ranking do Saneamento 2020, Instituto Trata Brasil
- Perdas de Água 2020 (Ano Base 2018) – Desafios à Disponibilidade Hídrica e Necessidade de Avanço na Eficiência do Saneamento, Instituto Trata Brasil
- Ranking Abes da Universalização do Saneamento, Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES)

Drenagem e manejo de águas pluviais
- Enxurradas: Escoamento superficial de alta velocidade e energia, provocado por chuvas intensas e concentradas, normalmente em pequenas bacias de relevo acidentado. Caracteriza-se pela elevação súbita das vazões de determinada drenagem e transbordamento brusco da calha fluvial (BRASIL, 2012, p. 73).
- Inundação: Submersão de áreas fora dos limites normais de um curso de água em zonas que normalmente não se encontram submersas. O transbordamento ocorre de modo gradual, geralmente ocasionado por chuvas prolongadas em áreas de planície (BRASIL, 2012, p. 73).
- Alagamentos: extrapolação da capacidade de escoamento de sistemas de drenagem urbana e consequente acúmulo de água em ruas, calçadas ou outras infraestruturas urbanas, em decorrência de precipitações intensas” e da topografia suave (CERRI, 1999).





Metodologia adotada para classificação do risco





- Densidade Demográfica na Área Urbana e Densidade de Domicílios na Área Urbana: Municípios com maior densidade demográfica e de domicílios tendem a ser mais propícios à ocorrência de enchentes urbanas. Esses dados devem ser avaliados em conjunto com outros parâmetros, inclusive naturais como a topografia do município.
- Taxa Média Praticada para os Serviços de Drenagem e Manejo das Águas Pluviais Urbanas.

- Parcela de Cursos d’Água Naturais Perenes em Área Urbana com Parques Lineares e Parcela de Cursos d’Água Naturais Perenes com Canalização Aberta. Esses dois indicadores são importantes para identificar se já existe uma tendência no município de técnicas mais modernas de drenagem urbana. Os parques lineares são importantes medidas para redução das enchentes urbanas, propiciando uma área de lazer para a população ao mesmo tempo que aumenta a capacidade de infiltração das chuvas. A canalização aberta em curso de água natural também é uma tendência utilizada na renaturalização de rios. Os rios em condição natural sempre tendem a gerar menos impacto no que se refere às enchentes.
- Parcela de Cursos d’Água Naturais Perenes com Canalização Fechada. A canalização fechada foi uma tendência especialmente pelas condições de qualidade da água nos rios em decorrência da falta de coleta e tratamento de esgoto. Entretanto esse modelo de canalização além de reduzir a infiltração da água no solo, aumenta a velocidade com que a água se escoa e potencializa as enchentes. Deve-se observar para um planejamento de drenagem urbana quais são as condições de ocupação nas margens dos rios urbanos, isso apoiará na decisão pela melhor técnica a ser empregada.
- Volume de reservação de águas pluviais por unidade de área urbana e Densidade de captações de águas pluviais na área urbana. A dinâmica de retenção e escoamento das águas pluviais na área urbana é a base para entendimento dos riscos de alagamento, inundações ou enxurradas. Esses dois indicadores podem ajudar a entender como se dá a retenção das águas pluviais e prover informação para um planejamento integrado de drenagem no sistema público e nas edificações comerciais ou familiares. O incentivo à reservação de água pluviais em lotes urbanos auxilia a redução impacto do pico de cheia em sistemas públicos e pode estar integrado à uma política de utilização de água de chuva para fins não potáveis, como jardinagem, lavagem de pisos, dentre outros. Essa é uma ação que amplia a segurança hídrica no município. Alguns municípios têm incentivado intervenções como essas por meio de descontos no IPTU, cujo programa tem sido designado IPTU verde. Além das intervenções para água pluviais, o Programas de IPTU Verde incentiva ações de construções sustentáveis, reuso, medição individualizada de água, telhado verde, dentre outras. Algumas das cidades que tem o programa: Salvador, Rio de Janeiro, São Bernardo do Campo, Guarulhos, Curitiba, Poços de Caldas.
- Parcela de Domicílios em Situação de Risco de Inundação: Este índice permite identificar a área do município onde as intervenções devem ser priorizadas para proteção da população.
- Parcela da População Impactada por Eventos Hidrológicos e Habitantes Realocados em Decorrência de Eventos Hidrológicos: Estes dois índices avaliam os impactos já causados por enchentes urbanas, que caso nenhum planejamento seja estabelecido serão recorrentes nos períodos de chuva.


Tomando decisões e elaborando propostas
- áreas com população expostas a risco de enchentes devem ser priorizadas;
- regiões da cidade sem acesso à água tratada e na sequência com intermitência;
- um bom critério para a coleta de esgoto, são áreas com maior incidência de doenças por veiculação hídrica.
Conheça a série de vídeos sobre águas urbanas produzidos pela autora do material

Direitos Humanos


Glossário de desenvolvimento social

Planejando políticas municipais estruturantes de desenvolvimento social com base em diagnósticos

Como saber o número de pessoas que recebem e que deveriam receber o Bolsa Família em seu município?


Tomando decisões e elaborando propostas
- Usar como base o diagnóstico, que apontará como está a situação atual e os problemas encontrados, a oferta de serviços, programas, projetos e benefícios e a demanda das famílias e indivíduos, o próximo passo é encontrar as soluções e os caminhos, tendo sempre como base o território.
- Procure reunir sua base eleitoral, líderes comunitários, formadores de opinião, dentre outras pessoas que achar necessário, para discutir alternativas de solução para os problemas encontrados no diagnóstico.
- Trace possíveis cenários para cada solução de problema – oferta de serviços ou benefícios, como forma de prever os resultados e os riscos de implementação.
- Coloque as soluções em ordem de prioridade, com base em critérios, valores coerentes à situação problema e a sua plataforma eleitoral.
- Estabeleça uma ordem de implementação das soluções classificada como de imediato, médio prazo e longo prazo de acordo com os recursos disponíveis e a capacidade de implementação.

Legislação e captação de recursos
LEGISLAÇÃO
- Constituição da República Federativa do Brasil 1988 (Artigos 203 e 204)
- Lei 8.742 de 07/12/1993 (Links to an external site.) – Lei Orgânica da Assistência Social
- Estatuto da criança e do adolescente – http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm (Links to an external site.)
- Marco Normativo da Assistência Social – https://www.gesuas.com.br/blog/marcos-normativos-do-suas/ (Links to an external site.)
- NOB/SUAS – https://www.gesuas.com.br/blog/marcos-normativos-do-suas/ (Links to an external site.)
- Lei nº 10.741, de 01 de outubro de 2003 (Links to an external site.) – Dispõe sobre o Estatuto do Idoso
- Lei nº 11.340, de 07 de agosto de 2006 (Links to an external site.) – Lei Maria da Penha
- Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais (Links to an external site.) – Resolução 109/2009 CNAS
- Lei nº 10.836, de 09 de janeiro de 2004 (Links to an external site.) – Cria o Programa Bolsa Família
- Lei nº 10.954, de 29 de setembro de 2004 (Links to an external site.) – Institui Programa de Resposta aos Desastres e Auxílio Emergencial
- Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006 (Links to an external site.) – Cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN)
- Lei nº 12.101 de 27 de novembro de 2009 (Links to an external site.) – Dispõe sobre a certificação das Entidades Beneficentes de Assistência Social
- Lei nº 12.435, de 6 de julho de 2011 (Links to an external site.) – Altera a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) e institui o Sistema Único de Assistência Social (SUAS)
- Lei nº 12.817, de 5 de junho de 2013 (Links to an external site.) – Amplia Limite de idade para permanência do Bolsa Família
- Lei nº 12.852, de 5 de agosto de 2013 (Links to an external site.) – Institui Estatuto da Juventude e cria SINAJUVE
CAPTAÇÃO DE RECURSOS
- Gestão orçamentária e financeira do SUAS, captação de recursos junto ao governo federal.
- Ter sempre projetos prontos para captação de recursos junto a: emendas parlamentares, ONU, UNICEF, fundações privadas.

Governança compartilhada e contratualização
- Parcerias com a academia, principalmente para monitoramento e avaliação.
- Criação de consórcios de municípios. Para mais informação sobre consórcios intermunicipais na área da assistência social, consultar publicação da Confederação Nacional de Municípios.
- Parcerias com o setor privado. Para conhecer exemplos de empreendedorismo social na área de desenvolvimento social, consultar este artigo (Links to an external site.).
- Inúmeras organizações da sociedade civil atuam em prol do desenvolvimento social em meio urbano, com as quais governos municipais podem estabelecer parcerias. A seguir exemplos de instituições que inovam nas tecnologias sociais usadas em seus modos de atuação : a instituição fa.vela; o Instituto Elos (Links to an external site.); ou o ChildFund Brasil.

Referências e cases
O CASO DE MARICÁ-RJ: PROGRAMA RENDA BÁSICA DE CIDADANIA
Visão geral do programa Renda Básica de Cidadania

- Bolsas e contas de poupança para estudantes da rede pública
- Apoio financeiro para estudos em instituições privadas de ensino superior
- Um sistema de transporte público gratuito nos limites da cidade
- Uma ampla renda básica de 300 mumbucas por mês para residentes indígena.
- Um fundo soberano, criado em dezembro de 2017 e capitalizado por royalties de petróleo, com a intenção de garantir a perpetuidade desses programas.
Resposta de Prefeitura de Maricá à crise da Covid-19
Análise e Lições do caso de Maricá
- Muitos municípios têm políticas de assistência social vigentes – inclusive com programas de transferência de renda –, que poderiam ser aprimorados sob inspiração de Maricá; por exemplo, moedas sociais poderiam circular dentro de bairros, favelas/comunidades ou regiões de grandes cidades, dinamizando a economia desses locais;
- Há municípios com economia pujante por outras razões que não recursos naturais (indústria, serviços sofisticados, agronegócio, turismo etc), que poderiam reservar parte do orçamento para transferência de renda através de moeda social operada por bancos comunitários;
- Pode-se pensar na criação de fundos soberanos municipais, abastecidos por uma pequena fração do orçamento municipal a cada ano, de forma a criar uma reserva que, em algum momento no futuro poderia vir a financiar, com seus rendimentos, um programa de transferência de renda. (Voltaremos a esse ponto mais adiante).
- Governo federal teve dificuldades para identificar beneficiários entre os informais e os desempregados, para então efetuar pagamento do auxílio emergencial.
- Estados e municípios que não tinham amplos programas de transferência de renda estruturados também encontraram dificuldades com programas emergenciais.
- Maricá teve o mesmo problema com PAT, PAI – programas de apoio ao emprego – pois não tinha cadastro pronto, e teve que fazer às pressas
- Exemplo: grupos mais afetados por pandemia, vítimas de deslizamentos de terra (tão comuns no verão) ou outros acidentes naturais, vítimas de agressão etc.
Adotar estratégias inteligentes de focalização, minimizando trâmites burocráticos e custos de verificação/administração
- Almejar verificação minuciosa de renda a fim de pagar apenas aos extremamente pobres (“focalização clássica”) 🡪 verificar é custoso, está sujeito a ineficiência horizontal (não beneficiar todos os pobres) e vertical (beneficiar não pobres), armadilha da pobreza (por que vou me arriscar a perder benefício certo em troca de renda/emprego inseguros?)
- Verificar status (ex. trabalhador informal) 🡪 armadilha da pobreza/informalidade (por que vou me arriscar a perder benefício certo em troca de renda/emprego inseguros?)
Estratégia mais inteligente é focalização por indicadores correlacionados com carência, vulnerabilidade, insegurança econômica.
- Vejamos dois exemplos promissores: (1) focalização geográfica apoiada em banco comunitário, moeda digital e microcrédito; e (2) focalização por características sociodemográficas.
- É um gasto que também funciona como investimento social;
- Em Maricá, é no nível municipal, mas em municípios maiores, poderia ser restrita a um bairro, conjunto de bairros, favelas/comunidades etc.
- Possibilidade de modular os benefícios segundo o bairro de moradia:
- Integrando desenho com estratégias territoriais,
- É preciso regras claras sobre quais bairros receberão valores maiores ou menores, para evitar alegações de uso clientelístico.
-
- Menos que qualquer cartão de crédito – portanto, interessante para comerciantes.
- Pode ajudar a custear gastos do programa, como, por exemplo, a própria emissão de cartões.
-
-
- Criança (child benefit): valor único por criança a todas as famílias, sem restrição de renda (lógica de cidadania), ou então às famílias de crianças matriculadas em escolas públicas municipais, estaduais ou federais (lógica mais focalista)
- Adolescente/jovem: idem, com valor cheio até 17/18 anos, depois vai caindo, por exemplo, a uma taxa de 20% do valor inicial ao ano, até desaparecer aos 22/23 anos
- Idealmente: decréscimo mais suave dos 18 aos 30 anos – período universitário / início da vida laboral: insegurança econômica.
- Idosos e pessoas com deficiência: em princípio, BPC já cobre essa população. É preciso avaliar se há necessidade de complementação municipal e se há recursos para tanto.
Referências para aprofundar a leitura sobre o caso de Maricá

O QUE APRENDEMOS NESTA TRILHA?

VÍDEO-AULA | Com Ricardo Henriques, superintendente executivo do Instituto Unibanco

Novo Marco Regulatório do Saneamento Básico

Principais Mudanças do Novo Marco Regulatório
- Universalização dos Serviços até 31 de dezembro de 2033, exigindo comprovação de capacidade econômica financeira do prestador para cumprir as metas.
- Nacionalização da Regulação, conferindo a ANA instituir normas de referência.para o setor.de saneamento.
- Contratação e prévia Licitação, permitindo que os contratos tenham cláusulas mínimas sobre tarifas, prazos para universalização, qualidade dos serviços e reparação
- Prestação regionalizada dos serviços, privilegiando arranjos regionais entre os titulares em detrimento de operações isoladas.
- Região metropolitana, Aglomeração Urbana ou Microrregião: unidade instituída pelos Estados mediante lei complementar, de acordo com o § 3º do art. 25 da Constituição Federal (Links to an external site.), composta de agrupamento de Municípios limítrofes e instituída nos termos da Lei nº 13.089, de 12 de janeiro de 2015 (Links to an external site.) (Estatuto da Metrópole);
- Unidade Regional de Saneamento Básico: unidade instituída pelos Estados mediante lei ordinária, constituída pelo agrupamento de Municípios não necessariamente limítrofes, para atender adequadamente às exigências de higiene e saúde pública, ou para dar viabilidade econômica e técnica aos Municípios menos favorecidos;
- Bloco de Referência: agrupamento de Municípios não necessariamente limítrofes, estabelecido pela União nos termos do § 3º do art. 52 desta Lei e formalmente criado por meio de gestão associada voluntária dos titulares.

Como estruturar parcerias público-privadas para Saneamento Básico


Mas por onde começar?
- Avaliam o estado dos contratos existentes (se existirem) e da infraestrutura municipal (Diagnóstico).
- Verifica capacidade interna de contratação de modelagem econômica financeira para garantir a consistência do projeto e melhores retornos ao titular.
- Observam opções de apoio federal/internacional a modelagem (atualmente existe o Fundo de Apoio à Estruturação e ao Desenvolvimento de Projetos de Concessão e Parcerias Público-Privadas (FEP) gerido pela Caixa Econômica Federal, bem como BNDES e outros organismos multilaterais.
- Treinam e capacitam equipe técnica para a condução de processos complexos de contratação de modelagem e de concessão, visando garantir que tudo transcorra dentro das previsões legais, evitando questionamentos futuros.
- Fazem seus processos licitatórios em atenção as diretrizes gerais propostas pela ANA e melhores práticas de mercado.
BAIXE OS SEGUINTES MATERIAIS DE REFERÊNCIA PARA APROFUNDAMENTO SOBRE O ASSUNTO:
- Regras padronizadas sobre Distribuição de Riscos, Equilíbrio Econômico-Financeiro e Modelos Regulatórios, estudo elaborado em 2020 para Abcon e Sidcon
- Documento completo sobre saneamento básico preparado por Pedro Henrique Teixeira Fiorelli especialmente para essa Jornada.
- Reflexões sobre saneamento básico e tratamento de esgoto sanitário, por Luiz Ricardo de Bittencourt Souza Renha, agosto de 2020, especialmente para essa Jornada.

Resumindo: O que aprendemos nesta Trilha?
Na gestão de saneamento básico, destacamos os seguintes aprendizados:
- A crise da COVID-19 colocou em foco a gravidade da falta de acesso à serviços de saneamento básico, água potável e tratamento de esgoto de uma parcela importante da população urbana, considerando que condições de vida insalubres contribuem para a propagação mais rápida do vírus. No contexto da pandemia o tema “água e saneamento” se destacou trazendo: a importância do acesso à água como requisito fundamental para a principal ação preventiva de higiene das mãos e o cumprimento do isolamento social para não permitir o avanço da doença. O saneamento se coloca como pauta estratégica para uma visão de futuro pós-COVID-19 que impulsione o desenvolvimento econômico e a inclusão social e melhore as condições de vida da população mais vulnerável.
- A elaboração de propostas de decisões de ações a priorizar deve se basear olhando para a meta de universalização de acesso ao serviços com horizonte de 2033, o que significa que gestores municipais, quando olham para saneamento básico, devem olhar com um planejamento de longo prazo, que vai para além de sua gestão de 4 anos. Além disso, é importante basear as propostas em um diagnóstico atualizado que leve em consideração as piores condições e riscos e priorizando áreas com população expostas a risco de enchentes, regiões da cidade sem acesso à água tratada. Sendo assim, gestores precisam definir ou atualizar seus Planos de Saneamento Básico e Planos de Gestão de Resíduos, onde o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos pode estar inserido no plano de saneamento básico.
- A prestação do serviço pode ocorrer pelo próprio município, por meio de autarquias municipais, por empresas públicas estaduais (modelo ainda preponderantemente vigente no país), ou atrair investimentos privados por meio de concessões, parcerias público-privadas ou privatização, conforme estabelecido no novo marco regulatório do saneamento, adotado em 2020. Independente do modelo a ser escolhido pelo município é importante que os fundamentos sejam observados e a qualidade técnica e operacional da prestação dos serviços seja equilibrada aos interesses econômicos e sociais.
- Tanto no caso da gestão de saneamento básico como de resíduos sólidos, é recomendado aos gestores públicos que tenham um olhar regional para além das fronteiras administrativas do seu município. Além de aumentar a capacidade de técnica de gestão de contratos muitas vezes complexos, consórcios municipais contribuem a baratear o custo da prestação de serviço. Nesse sentido, o Novo Marco Legal do saneamento básico estabelece que os recursos serão preferencialmente para os consórcios municipais ou estruturas regionalizadas.

VÍDEO-AULA | Com Águeda Muniz, secretária municipal de Urbanismo e Meio Ambiente de Fortaleza
VÍDEO-AULA | Com Marília Melo, diretora-geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas
Regras padronizadas sobre distribuição de riscos
Bem vind@s!
Bem-vindos e bem-vindas a mais um módulo com muito conteúdo!
Esta Trilha tem por objetivo apresentar um panorama de conceitos, informações de contexto, ferramentas e referências para apoiar os futuros candidatos a prefeitos e prefeitas e suas respectivas equipes a entender a situação atual e planejar melhorias para suas cidades nos temas de saneamento básico, água e esgoto, gestão de resíduos sólidos e gestão ambiental. Que desafio tratar de tantos temas importantes em um só módulo!
Boa leitura!
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